quinta-feira, 10 de outubro de 2019

                                        PERDIDOS DENTRO DA IGREJA.

No Evangelho de Lucas 15:25-32, escrito está:
25-E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
26-E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27-E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
28-Mas ele se indignou, e não queria entrar.
29-E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
30-Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
31-E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas;
32-Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.


INTRODUÇÃO
1. Jesus contou três parábolas sobre a alegria do encontro
a) A ovelha perdida que foi encontrada – O pastor chama a todos para se alegrarem.
b) A moeda perdida que foi encontrada – A mulher chama seus vizinhos para se alegrarem.
c) O filho perdido que voltou para casa – O pai oferece uma festa e se alegra. Nessas três parábolas a única pessoa que não está alegria e feliz é o irmão mais velho do pródigo.
2. No meio dessa festa do encontro, do resgate, da salvação há uma voz que destoa.
a) O filho mais velho está triste, porque o Pai recebeu o filho pródigo com alegria.
b) O filho mais velho está irado, porque o Pai é misericordioso.
c) O filho mais velho está do lado de fora, enquanto o filho pródigo está dentro da Casa do Pai.
3. O perigo de se estar na Casa do Pai, dentro da Igreja e ainda estar perdido
a) Esse filho representou os escribas e fariseus que se consideravam santos e desprezavam os outros.
b) Esse filho representa aqueles que estão dentro da igreja, obedecendo a leis, cumprindo deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado, pelos corredores escuros do mundo e ainda assim, estão perdidos.
Ilustração: O jovem rico – criado na sinagoga, cumpria os mandamentos, mas estava perdido.

I. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS DESOBEDECE OS DOIS PRINCIPAIS MANDAMENTOS
Jesus ensinou que os dois principais mandamentos da lei são amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. Esse filho quebrou esses dois mandamentos: ele nem amou Deus, representado pelo Pai e nem o seu irmão.
Ele não perdoou o Pai por haver recebido o filho pródigo, nem perdoou o irmão pelos seus erros.
Há pessoas que estão na igreja, mas não têm amor por Deus nem pelos perdidos. Estão na igreja, mas não amam os irmãos.

II. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ CONFIADO NA SUA PRÓPRIA JUSTIÇA
Ele era veloz para ver o pecado do seu irmão, mas não enxergava os seus próprios pecados. Ele era cáustico para condenar o irmão, enquanto via-se a si mesmo como o padrão da obediência.
Os fariseus definiam pecado em termos de ações exteriores e não atitudes íntimas. Eles eram orgulhosos de si mesmos. Como o profeta Jonas, esse filho mais velho obedecia ao Pai, mas não de coração. Ele trabalhava com intensidade, mas não por amor.

III. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO É LIVRE
Ele não vive como livre, mas como escravo. Sua religião é rígida. Ele obedece por medo ou para receber elogios. Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua obediência não provém do coração.
Ele anda como um escravo (v. 29). O verbo é douleo = douleo - servir como escravo. Ele nunca entendeu o que é ser filho.. Nunca usufruiu nem se deleitou no amor do Pai.
Ser crente para ele é um peso, um fardo, uma obrigação pesada. Ele vive sufocado, gemendo como um escravo.
Está na igreja, mas não tem prazer. Obedece, mas não com alegria. Está na Casa do Pai, mas vive como escravo.

IV. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ COM O CORAÇÃO CHEIO DE AMARGURA
1. Complexo de santidade X Rejeita os marginalizados – v. 29,30
Ele estava escorado orgulhosamente em sua religiosidade, arrotando uma santarronice discriminatória. Só ele presta; o pai e o irmão estão debaixo de suas acusações mais veementes.
Sua mágoa começa a vazar. Para ele quem erra não tem chance de se recuperar. No seu vocabulário não tem a palavra perdão. Na sua religião não existe a oportunidade de restauração.
2. Sente-se injustiçado pelo pai
Acusa o pai de ser injusto com ele, só porque perdoou o irmão. Na religião dele não havia espaço para a misericórdia, perdão e restauração.
Ele se achava mais merecedor que o outro. Sua religião estava fundamentada no mérito pessoal e não na graça. É a religião da lei, do legalismo e não graça nem da fé que opera pelo amor.
3. Ele não perdoa nem restaura o relacionamento com o irmão – v. 30
Ele não se refere ao pródigo como irmão, mas diz: “Esse teu filho”.
A Bíblia diz que “quem não ama a seu irmão até agora está nas trevas”.
Ele desconhece o amor. Ele vive mergulhado no ressentimento. Ele vê seu irmão como um rival.
4. O ódio que ele sente pelo irmão não é menos grave que o pecado de dissolução que o pródigo cometeu fora da igreja – Gl 5.19-21
A bíblia fala sobre três pecados na área da imoralidade e usa nove na área de mágoa, ressentimentos, ira.
A falta de amor é um pecado tão grave como o pecado da vida imoral e dissoluta.
5. O ressentimento o isolou do Pai e do irmão
Quando uma pessoa guarda ressentimento no coração pelo irmão que falhou, perde também a comunhão com o Pai.
Ele se recusa a entrar, fica fora da celebração. Mergulha-se num caudal de amargura.
Ele diz para o Pai: “Esse teu filho”. Mas o Pai o corrige e diz-lhe: “Esse teu irmão” (v. 30,31).

V. VIVE DENTRO DA IGREJA, NA PRESENÇA DO PAI, MAS ANDA COMO SOLITÁRIO – V. 31
Ele anda sem alegria, sem amor, sem prazer. Vive na Casa do Pai, mas sente-se escravo. Está na Casa do Pai, mas não tem comunhão com ele.
Quantos estão na igreja, mas nunca sentem o amor de Deus, a alegria da salvação, o prazer de pertencer a Jesus, a doçura do Espírito Santo. Vivem como órfãos: sozinhos, curtindo uma grande solidão e insatisfação dentro da Casa do Pai.

VI. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO SE SENTE DONO DO QUE É DO PAI – V. 31
1) Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Muitos hoje estão vivendo um cristianismo pobre. Vivem sem alegria, sem banquete, sem festa na alma, trabalhando, servindo, mas sem alegria;
2) Deus tem uma vida abundante – Jo 10.10;
3) Deus tem rios de água viva – Jo 7.38;
4) Deus tem as riquezas insondáveis do evangelho – Ef 3.14
5) Deus tem a suprema grandeza do seu poder – Ef 1.19
6) Deus tem a paz que excede todo o entendimento – Fp 4..7
7) Deus tem alegria indizível e cheia de glória – 1 Pe 1.8
8) Deus tem vida de delícias para a sua alma.
Esse filho não tem nenhum proveito na herança do Pai. Ele nunca fez uma festa. Nunca celebrou com seus amigos. Nem sequer um cabrito, ele comeu. Ele nunca saboreou as riquezas do Pai.
Ele não tem comunhão com o Pai: É como Absalão, está em Jerusalém, mas não pode fazer a face do Rei.
Ele está na igreja por obrigação. Ele não toma posse do que é seu.
Ilustração: o homem que fez um cruzeiro de Navio e levou o seu lanche. Vendo as pessoas comendo os pratos mais deliciosos, guardou dinheiro para comer uma boa refeição no último dia. Só então ficou sabendo que todos aqueles banquetes já estavam incluídos.

CONCLUSÃO
O mesmo Pai que saiu ao encontro do filho pródigo para abraça-lo, sai para conciliar este filho (v.. 31).
O remédio para esse filho era o mesmo para o outro: confessar o seu pecado.
Mas ele ficou do lado de fora. Agora perdido dentro da Casa do Pai.
Não fique do lado de fora.
Venha e desfrute da festa que Deus preparou!!!
Hernandes Dias Lopes.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, oceano e atividades ao ar livre
SIGNIFICADO DE RESISTIR AO PECADO EM TIAGO 4:7
Wilma Rejane
Não sei se vocês alguma vez ouviram falar sobre o que escreverei neste artigo. Para mim foi de grande valor descobrir a formidável lição contida no verso Bíblico de:
Tiago 4:7: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.
Resistir segundo o dicionário de tradução grega Strong , verbete 436, significa “ anthistemi” ou “anti-histamina”. Histamina é uma substância de defesa natural existente no organismo humano e que entra em ação para combater infecções. Uma simples picada de abelha desencadeia a ação de histamina como forma de defesa. Agora, quando há liberação intensa de histamina no organismo, o efeito se torna prejudicial causando asma alérgica ou até choques anafiláticos, nestes casos, será necessário utilizar os anti-histamínicos para devolver a saúde ao corpo. Em suma, organismos saudáveis têm níveis equilibrados de histamina, elemento essencial no combate a inflamações que podem se tornar crônicas e levar a morte.
A anti-histamina também está presente em medicamentos e alimentos naturais como os ricos em fonte de vitamina C, a uva, e o sal. Interessante é que o sal contêm anti-histamínico e precisa ser usado na dose certa, caso contrário, o organismo reage ao excesso de sal, liberando mais histamina para combater possíveis inflamações relacionadas com uso indevido dessa substância. E não é que esse dado me lembra de forma muito contundente a parábola de Jesus sobre ser "sal da terra"? Ao sermos sal da terra, estaremos funcionando como anti-histamínico (regulando a saúde do corpo) . Que maravilha descobrir que cristãos são "anti-histamínicos", proporcionam a saúde do corpo (sociedade, individuo, igreja).
Deus nos convida a resistirmos ao pecado de modo semelhante a ação da anti-histamínico no organismo que entra em ação imediatamente para defender a saúde do corpo, tão logo este apresente algum nível de inflamação. Incrível, não? O pecado deve ser combatido imediatamente, de forma eficaz para não se tornar crônico e levar à morte.
E essa lição sobre resistir, anti-histamina, sal da terra, pode nos conduzir também a dúvidas. Se anti-histamínico é substância natural do organismo contra inflamações, porquê tantos morrem doentes? Por conta dos desequilíbrios, o câncer, por exemplo, é um desequilíbrio celular . Tais desequilíbrios ocorrem na esfera natural e sobrenatural da vida. Há pecados que são acomodados no coração e se tornam resistentes à voz de Deus, à consciência cristã. Ao invés de se resistir, se tornam resistentes.
No mundo natural muitas são as origens das doenças. Servos de Deus, obedientes, podem ser acometidos de males físicos. Não esqueçamos que este foi o caso do justo Jó. Contudo, ainda na doença, ele foi sal, foi anti-histamínico para sua geração e para todas as outras que se sucederam, porque sua vida era de amor a Deus. Da mesma forma que Deus proveu defesa natural de nosso organismo contra doenças, também muniu nosso espírito para que pudéssemos resistir ao pecado. As armas espirituais estão disponíveis através da fé e uma vida de comunhão com Deus nos garantirá vitória. A graça de Deus nos concederá forças para caminhada da vida, em Cristo, com Cristo e por Cristo.
E aqui fica essa maravilhosa lição da Palavra de Deus. O Evangelho em forma de parábola, como bem ministrou Jesus em todo seu ministério, usando elementos do dia a dia, da natureza, para nos lembrar de forma simples e contundente que um dia Ele voltará e nos resgatará para um Reino Eterno, mas enquanto isso, é preciso resistir e resistir, como anti-histamínicos atuando no combate as inflamações.
Deus o abençoe Fonte:Retirado do Blog "A TENDA NA ROCHA" Bíblia de Estudo Plenitude, Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri SP, 2002. Nota de estudo na página 1231.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

                            MARA, NOEMI E O DEUS QUE TRANSFORMA DESTINOS
   


Autor: Wallace Sousa

"Assim, pois, foram-se ambas, até que chegaram a Belém; e sucedeu que, entrando elas em Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi? Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem feito mal." Rt 1.19 a 21

Detendo-me a meditar nisso, comecei a refletir e gostaria de compartilhar com você alguma coisa sobre isso, tudo bem?

1. A vida, às vezes, não é justa

Você poderia se colocar no lugar dessa senhora, e imaginar os sofrimentos que ela passou? Se já não fossem suficientes as agruras da estiagem prolongada, agora avalie a subsequente perda de marido, seguida pela perda dos filhos. E isso longe de sua terra, de seus parentes, amigos e auxílios conhecidos. Naquela época, a mulher era muito mais dependente do esposo do que hoje, e a perda de seus filhos foi um golpe a mais em uma vida transbordante de amargura.

Conhecedor de situações quase parecidas, onde meu pai teve que migrar do Nordeste em direção a “São Paulo” (ou Eldorado, para alguns… risos), em busca de uma vida melhor, fugindo do flagelo da seca, que abatia animais no campo e ânimos na cidade, posso ter um vislumbre da situação de Noemi. Se meu pai era obrigado a trabalhar de “sol a sol” para garantir o pão em casa, e minha mãe trabalhava “pra fora” para complementar a renda, e eu mal os via durante o dia, imagino que a vida que Noemi levava não era nada fácil.


Sim, a vida, às vezes, não é fácil, mas é a vida, e é assim que a vida é. Quanto a você, por mais que a vida lhe pareça injusta, a alternativa que lhe sobra é: viver a vida. Viva a vida, meu caro, minha cara. A vida, em parte, é aquilo que fazemos dela, e não só aquilo que ela faz de nós, ou nos faz passar. Se você está respirando, aproveite e viva a vida!

2. A vida, muitas vezes, é amarga

Amargura é uma palavra que, para alguns, é sinônimo de viver. Existem situações que são tão amargas que contaminam nosso espírito e ânimo de tal forma que a vida se torna uma fonte de fel e nós, um poço de amargura. Mas, mesmo reconhecendo que há coisas que não deveriam existir e, pior, que essas bombas insistem em estourar em nosso colo, não adianta virar as costas pra realidade e fingir que essas coisas não nos dizem respeito.

O amargor da vida existe e, na maior parte das vezes, independe de nossa vontade. Se certas coisas não dependem de nós, não adianta esquentar a cabeça e ficar se angustiando se não nada vai mudar, não importa o quanto você se estresse com isso. A vida pode ser amarga mas, às vezes, coisas amargas, apesar do gosto ruim, trazem grandes benefícios. Já comeu jiló? Não? É ruim, mas faz bem. Sim, estou falando por experiência própria, não precisa fazer essa cara… risos

3. A vida, às vezes, é incompreensível

Se você já tentou entender a vida e ainda não conseguiu, quer dizer, conseguiu dar um nó no cérebro, parabéns! Você faz parte do grupo de pessoas consideradas “normais” pela psicologia, pelo marketing, pelos cientistas, pelos vendedores de porta-em-porta e até pelo vendedor  da barraca de churrasquinho (vulgo “filé-miau”, para alguns). Se você é torcedor fanático de futebol, pode perguntar para quem torce pelo seu time e para quem torce contra: “você pode me explicar o mistério da vida?”. Garanto, ele não vai saber, e se soubesse, não estaria torcendo pelo mesmo time que você, e nem contra, se é que me entende… #ironia

Querer entender a vida é mais uma fonte de preocupação e angústia que acomete 9 entre 10 pessoas vivas (a que sobrou ainda não atingiu idade suficiente para distinguir a mão direita da esquerda). Agora, sejamos práticos: você, para dirigir um carro, precisa entender o funcionamento dos pistões do motor e da rebimboca da parafuseta? Não, né! Então, tem gente que nem sabe o que é troca de óleo ou troca de pneu (não vou entrar em maiores detalhes, pois isso pode me custar metade de minha audiência no blog… risos), mas nem por isso deixa de dirigir ou andar de carro.

Sabe do quê mais? Viver pode ser um passeio também: às vezes tem solavancos, mas esse sobe e desce pode ser divertido, dependendo do ponto de vista. Encare a vida como um passeio, onde você é o passageiro, e verá como as coisas podem melhorar sem muito esforço, apenas boa vontade. Difícil é querer tomar as rédeas da vida nas mãos e não saber bem para onde ir, e acabar se frustrando e perdendo o ânimo. As vezes em que mais me decepcionei na vida foi porque achava que a vida tinha de ser do jeito que eu queria, e não entendia porque ela insistia em ser diferente, mas, quando me dei conta que a vida tem seu próprio rumo e molejo, parei de gastar energia com isso e procurei ser feliz.

E, para ser feliz, não é preciso entender de tudo, nem a todos. Pra ser feliz, basta estar vivo, e querer viver. O resto, vem, se tivermos paciência.

4. A vida, às vezes, nos revolta

Sim, eu reconheço: a injustiça, a amargura e a falta de lógica que a vida, muitas vezes, se nos apresenta nos causa revolta. Como aceitar tantas situações difíceis de engolir que vemos nos jornais, cada vez com mais frequência e intensidade? Como não se revoltar diante de pessoas que se utilizam do poder para serem e fazerem atos que os beneficiam, em detrimento da maioria?

A leitura de jornais, de sites e outras fontes de informação, repletas de tragédias, sejam locais ou nacionais, próximas ou distantes, individuais ou coletivas, vem corroborar esse sentimento de que as coisas vão de mal a pior e que não há nada que se possa fazer para mudar esse quadro, não é verdade? Todavia, se você é leitor assíduo ou ocasional deste blog, verá que não me canso (bem, não me cansar é um eufemismo, ok?) de postar coisas aqui que tentam ajudar pessoas desmotivadas a encontrar motivos para seguir em frente.

Muitas vezes, comentários em posts antigos, comentários que jamais esperava ver, como alguém dizer que tal post foi determinante para que sua vida tomasse outro rumo, que estava desistindo de tudo, mas que encontrou naquelas linhas perdidas no meio da espuma virtual da blogosfera, isso me faz ver que, para alguns, o que escrevo encontra eco em sua alma, muda sua percepção e traz novo alento. Por mais que a vida me revolte, não posso deixar que isso me impeça de continuar lutando para que a vida de alguém tenha sentido, nem que, para isso, eu tenha que escrever algo sem sentido, non-sense.

Revolte-se, mas não abandone a vontade de viver, senão sua revolta não valerá de nada, e, provavelmente, só trará mais revolta para alguém.

5. A vida nos faz amargos, mas Deus muda situações

Estou me lembrando, agora, de uma situação que aconteceu anos atrás, para ser mais exato, no século XX, quando as dificuldades financeiras de meus pais atingiram um nível de descontrole e eu me sentia vagando num oceano turbulento e bravio, sem ter onde me agarrar naqueles momentos de angústia profunda. Foi bem nessa época que eu atravessei pelo “deserto da vida”, a tenebrosa depressão.

Um dia, chegou um homem no comércio de meu pai, escoltado por um advogado, ameaçando meu pai de medidas judiciais, de tomar o resto do que ele tinha e até de prisão, caso ele não honrasse o acordo que ele veio propor. Apesar de eu já ser formado, de ter rompido a barreira do 20 anos e me considerar uma pessoa razoavelmente instruída, aquilo foi um terremoto em minhas emoções já abaladas. Aquilo não apenas me balançou, não, eu fiquei totalmente desequilibrado. Só me lembro que saí em desespero em direção à igreja, no culto de oração do meio-dia, com as lágrimas rolando pela face, sem me importar com mais nada. Não foi uma experiência agradável.

Entretanto, hoje, escrevendo isso, vejo que a boa Mão de Deus me guardou, não só a mim, mas também a minha família. Passamos por aquele deserto, vencemos aquela prova, saímos do lado de lá. O que aconteceu? Simples, Deus mudou a situação. Deus muda situações, reverte quadros e tira do cativeiro. Como? Só quem passa por isso sabe e entende. É difícil explicar, mas é muito mais real do que você possa imaginar.

Aconteceu comigo, por que não pode se repetir com você?

Conclusão

Observe o caso de NOEMI, que significa graciosa, doce, agradável. Veja o que ela passou, e que a marcou de tal forma que ela sentia vergonha de ser chamada pelo antigo nome. Ela queria mudar de vida, como não conseguiu, mudou de nome. Mara (amarga) era a representação da derrota, da angústia cotidiana que a perseguia: “cheia saí, vazia voltei”. Ela estava cheia, mas de amargura, um cálice de fel transbordando. Talvez esteja assim com você hoje, mas, assim como Deus ainda não havia terminado Sua obra na vida de Noemi, Ele ainda tem algo a fazer e realizar em sua vida.

Sim, Ele é o Deus que muda situações. Hoje, você pode estar bebendo um cálice de fel, mas na mão divina, ainda há mel. Hoje, você pode ser Mara, mas Deus tem algo doce e agradável esperando por ti. Sua vida, sua história, vai mudar. Se sua vida hoje pode ser resumida “De Noemi a Mara”, espere pelo capítulo final, onde Deus vai escrever o emocionante desfecho “De Mara a Noemi”. Observe o fim do livro de Rute, o que diz:

As mulheres disseram a Noemi: “Louvado seja o Senhor, que hoje não a deixou sem resgatador! Que o seu nome seja celebrado em Israel! Rute 4 : 14

Wallace Sousa é autor do blog Desafiando Limites e colabora com o Tenda na Rocha desde 2012

RETIRADO DO BLOG "A TENDA NA ROCHA" de Wilma Rejane









quinta-feira, 20 de junho de 2019

Decifrando a Rocha e o Poço no livro de Isaías




Wilma Rejane

Ouvi-me vós que seguis a justiça, que buscais ao Senhor; olhai para a rocha de onde fostes cortados e para a caverna do poço de onde fostes cavados. Isaías 51:1

Há muito que esse verso me atrai de modo especial. Ele foi escrito na época em que Israel encontrava-se no cativeiro Babilônico e o profeta, como porta voz de Deus convoca: " ouçam, olhem". Ouçam o que Deus diz, Ele orienta vossos olhares em direção a rocha de onde fostes cortados e a caverna do poço de onde fostes cavados. Aqui não carece apenas uma leitura superficial, será preciso desvendar o significado de rocha e poço a fim de aproximar a mensagem da pratica. A voz de Deus chegava naquele contexto de guerra como um Bálsamo, um fortalecedor da fé. Resta saber se de fato, Israel parou para ouvir e olhar. Resta de fato, saber se o leitor de Isaías irá também parar, ouvir e olhar na direção apontada por Deus.

Isaías 51:1 é uma passagem Messiânica, futurista, mas também uma diacronia, ou seja: válida através do tempo, não estática. Israel, no cativeiro, não deveria se deixar abalar pela situação de opressão. Havia perspectiva de libertação, uma libertação física e também espiritual e o caminho para tal libertação tinha inicio com uma mudança de mentalidade. Israel deveria manter na memória sua origem e progresso, de um povo que surgiu a partir de uma promessa feita a Abraão. Abraão era uma pedra bruta, uma rocha que foi moldada recebendo um corte, uma separação. Ele foi separado de sua família rumo a terra prometida e durante a caminhada foi sendo moldado em um relacionamento com Deus. Israel, portanto, aqui é a designação provável de rocha no sentido de que Deus criou, cortou, moldou, multiplicou e edificou. Nenhum dos cativos deveria esquecer de que era também rocha separada, uma parte micro que dava sentido ao macro.

Em foco futurista e Messiânico, Israel deveria contemplar o amanhã com todas as prerrogativas de que Deus cumpriria as promessas feitas através de seus profetas. Chegaria o tempo da restauração completa do ser, pois o Messias viria como resposta a todo e qualquer cativeiro, Ele era a Libertação. Que linda e poderosa mensagem! 

Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. Isaías 26:3,4

Os cativos também deveriam olhar para a caverna do poço de onde foram cavados. Cavar poços era uma atividade que garantia sobrevivência na época antiga. A riqueza de um povo era medida pela quantidade de poços e água disponíveis. Um poço era também uma reserva natural que funcionava como manutenção da vida e condição de progresso. Cavar um poço é tarefa laboriosa e se esse poço for cavado em uma caverna, certamente será refúgio, como a tal premissa de "sombra e água fresca". Deus estava se apresentando como Refúgio para israel, Aquele que alimentava, garantia a vida em meio as opressões, aos desertos.

Em um contexto Messiânico, o poço na caverna é Abrigo constante, um lugar que atrai pessoas cansadas, sedentas. Israel jamais deveria esquecer essas lições, deveria trazê-las na memória como um catalisador, um aspecto restaurador no cotidiano difícil.

Podemos olhar para essa lição de Isaías como se não fosse para nós, afinal jaz a Babilônia, jaz o cativeiro. Estaremos enganados. O mundo oferta cargas diárias de opressão e muitos de nós absorve-as, vivendo ansiosa e sobrecarregadamente. São tantos tipos de cativeiros que existem que seria impossível especificar um a um. Por isso, a mensagem de Isaías é tão presente, aleluia! Precisamos, com todas as forças manter nossos ouvidos e nosso olhar na Rocha de onde fomos cortados e na caverna do poço de onde fomos cavados. E você diz; "não sou judeu, nem descendente de Abraão, a mensagem não é para mim". E isto será mais um engano. A Bíblia diz:


Portanto, vocês devem saber que os verdadeiros descendentes de Abraão são os que têm fé. Galátas 3:7.

É isso, a mudança de mentalidade resulta na mudança de vida. Olhar para Cristo como nossa origem, A Rocha de onde fomos cortados, vai trazer um novo significado para existência. O Messias tem o significado de ruptura com a velha consciência. Nascer para Deus é aceitar Cristo, o Messias no coração em uma vida separada do pecado. O cristão é uma rocha cortada.

Por isso, não estejamos ansiosos, descrentes, sem perspectivas,desesperados, aflitos. Ouvi a Deus, olhai para a Rocha e a caverna do poço.

Deus o abençoe.

RETIRADO DO BLOG TENDA NA ROCHA

BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Plenitude, Tradução João Ferreira de Almeida, São Paulo, Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. Livro do profeta Isaías.

terça-feira, 18 de junho de 2019

PELAS SUAS PISADURAS FOMOS SARADOS
"Verdadeiramente *Ele* tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós O considerávamos como tendo sido golpeado, ferido de Deus, e oprimido" (Isaías 53.4 LTT)

● Como as Feridas de Jesus Curam Nossas Doenças?
Jesus curou nossas doenças na cruz? Quando você lê a belíssima canção de Isaías, sobre o servo do Senhor, a resposta parece categórica:
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si… e pelas suas feridas fomos sarados.
Jesus curou nossas doenças na cruz? Sim. Nossa dor, nosso sofrimento, todas as nossas feridas foram curadas através da cruz.
Entretanto, há um “problema” óbvio com isso – nossas doenças não “foram” ou “são” curadas.
Colin, por exemplo, está reivindicando essa promessa para o câncer. “Pelas feridas de Jesus, estamos curados”, diz ele. “Portanto, Deus irá me curar do câncer; eu só preciso acreditar”. Eu admiro sua confiança. Ou é desespero? Não tenho certeza. Eu sei que eu tenho sido um pastor por muito tempo para compartilhar sua confiança. Vi muitas pessoas que estavam convencidas de que Deus prometeu curá-las apenas para que terminasse em amargo desapontamento. Lutar contra o câncer é muito difícil, um desafio mesclado em uma crise de fé.
Destarte, Jesus curou nossas doenças na cruz? Não. Cristãos e incrédulos continuam sendo acometidos por doenças.
Então, o que devemos fazer com a promessa de que “pelas suas feridas fomos curados”?

● Doença e Pecado
Uma opção é espiritualizá-las. Não devemos entender “feridas” literalmente, como algumas pessoas o fazem. A doença é uma imagem do problema real que o pecado é. Pouco antes de Isaías dizer que “pelas suas feridas fomos curados”, ele diz: “Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades” (Isaías 53:5). Esse é o verdadeiro problema. Somos todos pecadores, pessoas que quebraram a santa lei de Deus. Decerto, todos nós merecemos o justo julgamento de Deus. A cruz não é o câncer que corrói os nossos corpos, mas o câncer do pecado que infecta nossas almas.
Há algo nesse argumento. O pecado é o grande problema. Ou melhor, a santidade de Deus é o grande problema. O ministério de Isaías foi adequado por um encontro com o Deus santo. Quando Isaías foi confrontado com o santo Deus diante de quem os serafins escondem seus rostos, e para quem eles cantam: “Santo, santo, santo”, Isaías declara, “Ai de mim! Estou perdido!” Seis vezes em Isaías 5 o profeta declarou “ai” ‘contra pessoas pecadoras. Contudo, ele é forçado a declarar o sétimo “ai” contra si mesmo. A expressão “estou perdido” é, literalmente, “estou destruído, ou “estou me desintegrando”. É como se as próprias moléculas do corpo de Isaías estivessem se dissolvendo e ruindo no chão. O piedoso profeta de Deus, que proclamou as próprias palavras do Senhor, agora confessa: “Eu sou um homem de lábios impuros”. Mesmo os seus melhores atos são impuros quando comparados com a esmagadora santidade de Deus.
A maravilha da cruz é que Jesus purifica pessoas ímpias para que possam entrar na presença do Deus santo. Por isso Jesus foi massacrado em nosso lugar para que pudéssemos ser perdoados. A doença é projetada para nos apontar o pecado, e a cura é uma figura da salvação.
Todavia, a doença não é simplesmente uma imagem do pecado; também é o resultado do pecado. A doença humana não era uma parte inerente do mundo bom que Deus criou. Entrou no mundo como resultado da nossa rebelião contra Deus. Assim, temos boas razões para esperar que a remoção do pecado traga o fim da doença. Jesus curou nossas feridas ao lidar na raiz do problema – o pecado.
Os milagres de cura que Jesus realizou enquanto esteva na terra, com efeito, era um sinal da obra salvadora. Jesus diz a uma mulher com hemorragia: “Filha, a sua fé salvou você” (Lucas 8:48). No versículo 50, Cristo, literalmente, diz a Jairo, cuja filha acabara de morrer por uma doença: “Não tenha medo; apenas creia, e ela será salva”.
Lucas era um médico. E, presumivelmente, tinha um vocabulário rico de termos científicos para as doenças. Porém, ele fala deliberadamente dessas curas como atos de salvação. Ele quer que as vejamos como uma promessa da salvação que Jesus oferece. Quando Jesus voltar, ele fará todas as coisas novas, e “não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4).
Afinal, Jesus curou nossas doenças na cruz? Sim. Um dia, todo filho de Deus será curado de toda enfermidade. Mas não ainda. Enquanto isso, não depositamos nossa esperança em nossa capacidade de reivindicar um milagre. Não sabemos quais serão os propósitos de Deus para nossas doenças. No entanto, sabemos que, se confiarmos em Jesus, nossos pecados já estão perdoados, e nossa doença um dia será curada quando recebermos um novo e glorioso corpo de ressurreição. (Tim Chester)

Conclusão
● Jesus levou sobre si todas as nossas enfermidades, por isso, os crentes não devem ficar doentes?
‹‹Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido›› (Is 53.4 – ACF)
‹‹É muito comum ouvirmos alguns crentes afirmarem que o cristão que está doente não deve aceitar essa condição porque Jesus levou lá na cruz todas as nossas enfermidades e, por isso, o crente não deve ficar doente. O texto que é usualmente usado para essa afirmação é Isaías 53.4: ‹‹Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido›› (Is 53.4 – ACF). Segundo muitos esse texto seria o embasamento de que o crente que está doente está em pecado ou está com uma fé “pequena”, por isso, precisa exercer a sua fé com mais firmeza, pois essa doença foi levada por Cristo lá na cruz e não deveria acontecer na vida desse crente››.

● Tenho dificuldades de crer nesse conceito por alguns motivos que exponho abaixo:
1°) Qual seria o significado de “enfermidades” no texto de Isaías 53.4? No hebraico a palavra é “choliy”, que significa “doença”. Mas será que o texto está falando de doenças físicas?
Creio que a obra de Jesus pode sim repercutir positivamente em nosso físico, porém, o contexto parece nos indicar que os benefícios curativos da morte de Cristo tem um alvo muito mais espiritual que físico. O versículo cinco desse mesmo texto de Isaías diz: ‹‹Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados››. Note que as “doenças” citadas no contexto são as transgressões e iniquidades, que apontam para o ser humano afundado no pecado. Jesus foi traspassado e moído por causa dessas doenças (nossos pecados) e não de doenças físicas. Note ainda que essa obra curativa de Jesus sobre essas nossas doenças nos tornou “sarados”. A ênfase aqui não é em problemas de saúde do nosso físico, mas do nosso espírito. Jesus nos sarou das consequências de nossa pior doença (pecado). Jesus não morreu na cruz para que eu não tivesse mais uma dor de cabeça ou uma dor na coluna ou outra doença.
‹‹É claro que aquilo que está em nosso espírito pode repercutir no físico, mas isso não significa que a obra de Jesus foi para nos livrar de todas as doenças físicas e que nunca deveríamos ficar doentes fisicamente››
2°) Considerando que Jesus tenha levado nossas doenças físicas lá na cruz como alguns dizem, como podemos harmonizar esse pensamento com o fato de que milhares de crentes ficam doentes todos os dias (e até morrem em decorrência dessas doenças) no mundo inteiro? E ainda o fato de vários crentes terem ficado doentes na Bíblia Sagrada (Paulo, Timóteo, Lázaro, Trófimo, etc)? Nesse momento me lembro de um pedido de oração que vi no Facebook do grande evangelista Billy Grahan, reconhecido homem de Deus, e que está seriamente doente. Servos de Deus ficam doentes o tempo todo e nem por isso estão longe de Deus. Ora, seria a obra que Jesus fez na cruz fraca ou mal feita a ponto de não fazer efeito na vida de seus servos? Essa obra de Jesus estaria apoiada em nossas obras e não nos méritos Dele?
O texto de Isaías é enfático ao dizer que “pelas suas pisaduras fomos sarados.”. Não há margem alguma para pensarmos que algum crentes verdadeiros são sarados e outros não. Ou que crentes podem ficar sarados em alguns momentos e em outros não. Em meu entendimento o texto de Isaías só consegue estar harmonizado com a salvação pela fé, que não é por obras do ser humano, e que é operada totalmente e plenamente por Deus (Efésios 2.8). Só assim o “fomos sarados” se cumpre sem dúvida alguma e plenamente na vida do ser humano. A obra de Jesus citada por Isaías é a de remissão de nossos pecados, nossa maior doença.
3°) Assim concluo que o argumento de que Jesus levou todas as nossas doenças físicas lá na cruz e que não podemos ficar doentes, não tem embasamento no texto de Isaías. Devemos sim buscar a cura nos meios que Deus coloca diante de nós, na medicina, por exemplo, e, por que não também no agir sobrenatural de Deus quando necessário. Porém, não podemos afirmar que se um crente está doente isso signifique que a obra de Jesus não esteja sendo feita na vida dele. Muitos crentes verdadeiros, inclusive, morrerão vítimas de doenças e morrerão plenamente na presença de Jesus sem qualquer prejuízo da obra de Cristo na cruz. (André Sanchez)

Pense nisso!
"Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte." (2 Coríntios 12:8-10 - ACF) Apóstolo Paulo
Soli Deo Gloria!
Israel Reis

segunda-feira, 17 de junho de 2019

NÃO DEVEMOS JULGAR?
"Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós." (Mateus 7:1-2)

O cristão pode ou não julgar. Será que a Bíblia proíbe o cristão de julgar em todos os casos?
● A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois com a mesma medida que julgarmos, também seremos julgados. Quem somos nós para julgar? Ora, o contexto mostra que Jesus não estava proibindo todo e qualquer julgamento, pois no versículo 15, ele alerta: acautelai-vos dos falsos profetas. Como poderíamos nos acautelar dos falsos profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos estabelecidos em bases corretas, mas, para isso, é preciso usar um padrão correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus disse: julgaste bem (Lc 7.43, Jo 7.24). Paulo admitiu que seus escritos fossem julgados (I Co 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as coisas (I Co 2.15).
1°) O texto de Mt 7.1 não proíbe todo tipo de julgamento, somente o julgamento hipócrita
Uma das regras de interpretação diz que devemos ler o contexto para interpretarmos o texto corretamente. O contexto de Mt 7. 1 mostra um tipo de julgamento firmado na hipocrisia. O julgamento de quem aponta o defeito no outro, mas tem o mesmo defeito e até pior (Mt 7.3). Esse tipo de julgamento é condenado por Jesus. É desse tipo de julgamento que Jesus se refere no texto em questão. É o julgamento, por exemplo, dos fariseus que julgavam certas práticas do povo, ou de alguns grupos de indivíduos, mas também as praticavam.
Note que Jesus, nesse mesmo texto, manda a pessoa julgar, porém, manda que ela resolva primeiro a sua situação para, só depois, ter autoridade para olhar para a situação do outro: “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mt 7.5). Como tirar o argueiro do olho do irmão sem julgar se aquilo que ele tem no olho é realmente um argueiro que precisa ser retirado?
2°) A Bíblia mostra diversos exemplos de servos de Deus julgando, inclusive Jesus.
Jesus julgou os maus atos dos fariseus. Chamar os fariseus de “raça de víboras e maus” é julgar: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Mt 12. 34)

Paulo manda a igreja julgar suas próprias causas e critica (julga) a igreja de Corinto por levar causas a tribunais ao invés de julgarem ali mesmo na comunidade e resolverem a situação. Ou seja, pode e deve julgar: “Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?” (1Co 6. 5).
● Aqui João julga diversas atitude de um tal Diótrefes e promete chamar a atenção dele. Chama-o de caluniador e de mentiroso:
"Escrevi à assembleia, mas aquele que está amando ter a primazia entre eles (Diótrefes) não nos recebe. Por causa disso, se eu for aí, trarei à memória dele as obras que ele faz, com palavras más tagarelando ele contra nós. E, não sendo contentado com isto, ele mesmo não recebe os irmãos, e, àqueles querendo recebê-los, ele impede e, provenientes de dentro da assembleia, os lança fora" (3Jo 1.9-10 LTT)
“Eu escrevi uma pequena carta à igreja, mas Diótrefes, que deseja ser o líder, não quer dar atenção ao que eu disse. Portanto, quando eu chegar aí, vou chamar a atenção dele a respeito de tudo o que ele tem feito: as coisas horríveis que diz de nós e as mentiras que conta…” (3Jo 1. 9-10 – NTLH)
3°) Não há como cumprir certas partes da Bíblia sem julgarComo iremos, sem julgar, reprovar as obras das trevas como nos manda Ef 5.11? Como iremos, sem julgar, descobrir o disfarce dos falsos mestres como nos manda Jesus em Mt 7.15? Como saberemos, sem julgar, rejeitar o falso evangelho pregado, como Paulo nos orienta em Gl 1.8? Como identificar as heresias destruidoras mencionadas em 2 Pe 2.1 sem julgar os ensinos dos que a pregarão? Como, sem julgar, saberemos entrar pela porta estreita, rejeitando o caminho largo como nos manda Jesus em (Mt 7. 13-14?…).

"À lei e ao testemunho! Se eles (os homens) não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles" (Isaías 8.20)
● "A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois com a mesma medida que julgarmos, também seremos julgados. Quem somos nós para julgar? (Mt 7:1). Ora, o contexto mostra que Jesus não estava proibindo todo e qualquer julgamento, pois no versículo 15, ele alerta: acautelai-vos dos falsos profetas. Como poderíamos nos acautelar dos falsos profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos estabelecidos em bases corretas, mas, para isso, é preciso usar um padrão correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus disse: julgaste bem (Lc 7.43, Jo 7:24). Paulo admitiu que seus escritos fossem julgados (ICo 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as coisas (I Co 2.15)". (João Flávio Martinez)

"Não julgueis segundo a aparência, mas reta justiça julgai." (João 7.24)

Conclusão

Creio que ficou claro que devemos sim julgar. A Bíblia proíbe o julgamento hipócrita, mas não proíbe julgarmos outras questões importantes da nossa vida. É evidente que julgarmos com violência, desrespeito, preconceito e outras atitudes prejudiciais não é do agrado de Deus. O que está em foco aqui é o julgamento saudável, importante para o ser humano e para a sociedade.
Creio que os que defendem que não devemos julgar, deveriam primeiro avaliar o que a Bíblia diz e depois olharem para si mesmos e observarem que, como todo ser humano, julgam o tempo todo: No trânsito, ao criticar a ação errada de determinado motorista; em casa, ao chamar a atenção de um filho; no trabalho, ao não concordar com a posição do chefe ou lutando contra alguma injustiça; Na igreja, ao questionar alguma doutrina com algum irmão ou líder… e uma última: as mulheres quando acham a roupa da outra horrível também estão julgando (risos)
● Assim, julgar é inerente ao ser humano, é aprovado pela Bíblia e faz parte da vida!
Pense nisso!
"Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" (João 7:24)
Soli Deo Gloria
Israel Reis